quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Amigos estrangeiros

Quão estranha pode ser uma amizade? De onde começa? Aonde vai? Quem poderia responder a isso tudo com palavras prontas e previamente pensadas? Quem o fizer, avise-me por gentileza.

Pessoas que vêm de fora, outras cidades, outros países... Convenhamos, não é tão simples assim. Sejamos complacentes. Mas, quando acontece, dá um prazer, uma alegria. E, concomitantemente, um aperto na garganta por não ter aquele sotaque, aquela língua. O famoso nó acontece quando tentamos nos comunicar e não nos fazemos entender. Outro idioleto, outro idioma.

Convivência? Ajuda. Fácil? Em nenhum momento isso tornou-se evidente em minhas "paroles", mas a comunicação, até certo ponto, ganha mecanismos de entendimento nunca antes pensados.

O que dizer da difusão cultural proveniente deste encontro? Tudo, ao longe, parece bagunçado, ninguém entende ninguém. Mas, os olhares são fraternos, a missão é a mesma, a compaixão e o sentimento de ternura é algo mútuo e automático. Até mesmo as pessoas ditas "frias" são capazes de se compadecer e, ainda que disfarçadamente, esboçar certo contentamento.

Mas, chega o dia em que visitas vão embora e tudo torna-se vazio. Aquela alegria mistura-se com sentimento de saudade premeditada e o aperto na garganta (que já está relaxado) transfere-se para o coração e torna-se uma sensação diferente, estranha.

O que fica são sorrisos, os esforços para nos compreendermos, nos comunicarmos e nos fazermos amigos. Fraternos, no sentido literal mesmo da palavra. Um pouco de sua cultura fica, um pouco de nossa tradição vai fazendo, assim, com que essa miscigenação cultural brasileira seja cada vez mais rica e que nossos costumes sejam ainda um dos mais diversos.