domingo, 30 de janeiro de 2011

Minhas dúvidas e medos

E se eu não me conhecer mais?
As horas passam, os tempos variam, as pessoas possuem diversas facetas. Sinto medo de não mais ter identificação própria, de sentir-me um estranho em frente ao espelho.
E se eu fraquejar? E se eu cair?
Ninguém é forte o suficiente para suportar todas as dores nem evitá-las. Sinto medo de não mais querer levantar. De me acomodar na queda.
E se eu errar mais uma vez?
Não posso ser perfeito nem quero. Penso que todos nós precisamos errar para aprendermos a nos proteger em determinadas ocasiões. Sinto medo de perder a fórmula assertiva.
E se eu não rejuvenescer?
A experiência adquirida, ao longo do tempo, pode me proporcionar algumas rugas e uns fios brancos no cabelo. Sinto medo não mais recobrar meus sentidos vitais.
E se eu não te reconhecer?
Com a mudança natural da vida, acabamos nos perdendo... Sinto medo de perder alguém tão importante em minha jornada.
E se eu não fizer nem for sucesso?
Falhamos em algumas tentativas e comigo certeiramente não será diferente. Sinto medo de não concluir com mestria uma batalha.
Enfim, minhas dúvidas e meus medos.

Um protesto à rotina

Por que tanta preocupação com as horas, estar sempre no horário?
Peço licença e concordo plenamente com Carpinejar quando ele diz que "quem chega atrasado não tem amigos". Você marca um encontro na sorveteria com alguém e poucos minutos de atraso semeiam a discórdia.
Horas marcadas criam rotina. Você tem hora para comer, sorrir, brincar, trabalhar, viver e... Putz! Chega de hora marcada!
Cotidiano é uma coisa, mas rotina incomoda. E muito.
Por exemplo, "meu namoro virou uma rotina, cara". Comentários assim são a maior prova de que a rotina realmente estraga.
Já parou para pensar no porquê as coisas sempre dão certo de última hora? Um churrasco, um passeio, uma viagem. Tudo funciona melhor se for de última hora. Impulsos, como são chamados, resolvem mais e são o lado oposto da moeda chamada rotina.
Acabe com essa parasita do seu dia a dia. Não ajuda, não acrescenta em nada se você a tem e você não sentirá falta nenhuma dela. Garanto.
Faça com a sua rotina o que fiz com a minha, descarte-a.

sábado, 29 de janeiro de 2011

As quatro fases da vida

Vivemos, todos, sempre em fases. Fase criança, fase adulta, fase da demência, fase da correria. E, por mais incrível que possa parecer, parece que desenrolamos uma personalidade para cada fase.
Na fase criança você não se preocupa com nada. Aliás, preocupa-se sim: "Mãe, quando vamos à piscina de novo?". A fase da demência, como diria Leandro Hassum, é mais ou menos nessa faixa etária também. Você não pensa em nada, muito menos nas consequências. Você erra, prejudica, maltrata, e sorri como se nada fosse com você.
Você só percebe que está chegando na fase adulta quando começa a fase da correria. Nesta fase, você se comporta quase como um robô. Programado. Atitudes pensadas e falas feitas são sua essência provisoriamente. É quando você começa reclamar de cansaço, que não sai mais, que seus amigos se distanciaram (e se distanciam mesmo). Enfim, é quando surgem as famosas e velhas e chatas reclamações de um adolescente que pensa ser adulto. Essa fase não é nada mais que uma preparação, um vestibular, para a fase adulta.
Esta sim é perigosa, brava. Se você deixar, salienta-se. Agora sim você passou pela preparação, vestibular e é um acadêmico. Acovarde-se uma vez que seja e isso sempre acontecerá, porque a fase adulta amedronta. Surgem responsabilidades como emprego, universidade, família. E aí, só com uma boa preparação anterior para voce conseguir suportar essa correria, a verdadeira correria.
Porém, se não houver covardia desnecessária e se tiver tido uma fase de correria proveitosa, você conseguirá tirar de letra essa fase, que é a mais longa, e será uma pessoa brilhante. Aquelas pessoas que agradam somente por se fazerem presentes, que sabem conversar e sempre têm opiniões acerca de vários assuntos.
É assim que eu espero que você seja. Uma pessoa brilhante que curtiu como ninguém sua fase criança, aprontou como nunca na fase da demência, enlouqueceu o necessário na fase da correria e hoje vive intensamente, com inteligência, as virtudes da fase adulta da vida.

Simplesmente maravilhoso

Há, em nossas vidas, diversos tipos de aprendizagem. Aprendemos com nossos erros, com os erros dos outros, com os sermões dos pais. De uma forma ou de outra, sempre estamos aprendendo algo.
Coisa que eu não sabia é que, além de situações que ensinam, há lugares que ensinam. Mais raros, não obstante ofereçam também algum tipo de aprendizado.
Desde abril do ano de 2010 eu frequento, com o maior prazer do mundo, um lugar exatamente assim. Lugar-mestre. Estou falando, obviamente, da Casa Dom Bosco (que chamo carinhosamente de "Meu fim de mundo preferido").
Um lugar lindo, com pessoas lindas e que tem o dom de te fazer esquecer de todos os problemas existentes no mundo quando você está lá. Ao chegar lá, você simplesmente chega em outro mundo. Um mundo diferente, um mundo inocente, um mundo doce onde prevalece a lei simples e unigênita do respeito.
Inteligente é quem aprende com os próprios erros, sábio é quem aprende com os erros dos outros. Amado por Deus e realmente feliz é quem aprende estando num lugar assim, exatamente assim. Felizes são aqueles sortudos, grupo no qual eu me incluo, que lá realizam sua formação profissional em tom de harmonia, de sorrisos e amizades.
Situações, conversas, brincadeiras, simplesmente por acontecerem lá recebem uma dose extra de mestria e graça. Obrigado por existir, Casa Dom Bosco. Um lugar simplesmente maravilhoso.

Sensação diferente

Hoje acordei com uma sensação diferente. Uma sensação de que ainda não vivi tudo que tenho para viver, não aprontei tudo que tenho para aprontar, não sorri ainda tudo que tenho para sorrir nem tampouco chorei todas as lágrimas que tenho para chorar.
A vida passa rápido e devagar, assim mesmo, ao mesmo tempo. Você pensa que já fez muita coisa, que já resolveu muitos assuntos quando na verdade você não sabe nem a metade da missa.
Hoje eu acordei com a sensação de que tenho que viver dia a dia.
Fazer planos é bom? Sim, ajuda. Mas francamente... Viver de planos? A vida é o hoje, é o agora. John Lennon deu de modo único seu parecer sobre esse estado de espírito, a vida: "é aquilo que acontece enquanto você faz planos".
Hoje eu acordei com a sensação de que eu devo e, acima de tudo, mereço viver. Eu quero viver, eu preciso viver. Essa é a sensação estranha: eu ainda não vivi. É.
Com a licença de Caio Fernando Abreu, eu vou ali viver e já volto.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O ímã do sorriso

Estive conversando com algumas pessoas bastante sorridentes e alegres quando me alertei para algo: eu nunca tinha parado para pensar na importância que um simples sorriso traz para as outras pessoas.
Sabia, sim, que é muito importante, que movimenta não sei quantos músculos faciais, que ajuda a dormir bem, que aumenta a longevidade... Mas, poxa, a essência do sorriso é linda.
Retratado em músicas, como em "Muitos choram", do Rosa de Saron: "Hoje muitos choram, mas não desistem de viver. Hoje muitos choram sorrindo".
Repare que quando alguém está tirando uma foto de outra pessoa e essa pessoa sorri, o sorriso do fotógrafo é inevitável. O sorriso, por si só, tem o poder de atrair outro sorriso.
William Shakespeare defendeu essa arte brilhante quando disse que "é mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada". Há quem diga também que um sorriso volta quando é oferecido.
Experimente, num dia qualquer, sorrir para um desconhecido. Em quase 100% dos casos haverá uma resposta positiva. Essa atitude tão simples, além de se refletir em você, aumenta sua estima, melhora o dia da pessoa alvo do seu sorriso e não custa nada. De encontro ao dito popular, é um bem que vem para o bem.
Um sorriso gera bem-estar, ameniza dores, recepciona visitas, mostra seu estado de espírito (ou esconde) e o melhor de tudo: gera mais sorrisos.
E, como eu já mencionei em outro texto, um riso compartilhado é o que há de melhor, é o melhor remédio.

Amizade mesmo

O tempo passa e eu me pergunto: o que é mesmo a amizade?
Amizade é estar junto sem compromisso, é aceitar com a calma e compreensão. Como diz o Milton Nascimento “amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”, ou seja, amigo mora e sempre morará no coração de cada um que o ama.
Não importa em quais situações, ele sempre estará lá, para te apoiar, para falar mal, para te dar aquela bronca que você sabe que merece, para te dar aquele incentivo que você tanto tava precisando e não sabia.
Gabriel Pensador disse: “meu amigo não é Cristo, mas foi ele que me trouxe paz”, ou seja, amigo de verdade mesmo é aquele que tem toda a paciência do mundo para com os seus erros e ouve os seus lamentos com o maior prazer que você já viu. Porque ser amigo é isso, é simplesmente lindo.
O mundo, a sociedade, as pessoas, atualmente, não sabem mais com tanta clareza a doçura do significado da amizade. E confundem-na, usando-a para agir de má fé.
Amizade mesmo não se acaba por qualquer coisa. Passarão sim, por maus momentos e haverá situações em que se terá duvidas de até aonde esse sentimento vai. Aí surgirá a pergunta: “Isso é amizade mesmo?”.
Saiba que, quando esse sentimento é demonstrado em sua forma mais pura, ele vem com toda desenvoltura como se fosse uma dança de salão. Acontece num momento mágico e as pessoas envolvidas por esse laço fraternal tornam-se cada vez mais cúmplices um do outro.
Agora, quando vir uma pessoa que julga ser seu amigo, pergunte-se: Amizade mesmo? E depois da resposta obtida por seu coração, vá ao encontro de tal e aproveite o máximo de tempo que puder com essa pessoa que, com um simples gesto, poderá acomodá-lo e acalmá-lo em momentos de aflição; e compartilhar risos com você em tempos de festividades.

Dedico este texto especialmente para Bárbara Marinho.